Home Música “O amor é um ato revolucionário” é o novo disco de Chico César

“O amor é um ato revolucionário” é o novo disco de Chico César

by Paloma Morais

Quem me conhece, ou me acompanha no instagram ou spotify, sabe o quanto eu amo Chico César. O multiartista lançou nesta última semana, o novo trabalho, seu nono álbum composto por 13 músicas inéditas, “O Amor É um Ato Revolucionário” é assinado completamente por Chico César.

Gravado entre abril e junho de 2019, nos estúdios Gargolândia (SP), Casa do Mato (RJ), Space Blues (SP) e Etéreo das Recordações de Chita (SP), o álbum tem produção de André Kbelo Sangiacomo e do próprio Chico César, que assina a direção com Helinho Medeiros, pianista de seu grupo.  Exceções são as faixas “History” (produzida e arranjada por Márcio Arantes), “Pedrada” (produzida e arranjada por Eduardo Bid) e “Eu Quero Quebrar”, que (além da leitura de Chico e banda) ganhou uma versão bônus produzida por André Abujamra. O disco traz alguns convidados: a adolescente paraibana Agnes Nunes (com quem divide os vocais em “De Peito Aberto”), a jovem cantautora pernambucana Flaira Ferro (em “Cruviana”) e o guitarrista paulistano Luiz Carlini (na música “O Amor é um Ato Revolucionário”, com um longo improviso em que até cita seu mitológico solo na primeira gravação de “Ovelha Negra” com Rita Lee e Tutti Frutti).

As canções tem a cara de Chico César. Com muito baixo e guitarra. Com tom de crítica política, trazendo a modernidade trazendo termos de redes sociais, citando Djonga com “Fogo no Racistas” num tom de reggae, o disco tem tom de denúncia com poesia clara.

A música “De peito aberto” tem a participação da cantora Agnes Nunes, uma paraibana de 17 anos que estudou em Campina Grande. O conselho final que evoca a presença masculina emparelhada com a duplicidade do gênero é dirigido ao “mané” que na gíria define quem está por fora, um bobão, um babaca.

Num canto longo e sem refrão, em atmosfera de cabaré, através da levada com toque de vaudeville, Chico César atua com outras vozes em novos registros diferentes, ironizando o que virá quando soprar a “Cruviana”, o temido vento nordestino que procedendo da serra do Ceará varre a Paraíba.

A voz feminina é de Flaira Ferro, pernambucana que me apaixonei por ela em 2017, tem até matéria aqui no site. Em tom sarcástico das primeiras notas que anunciam o Jornal Nacional junto aos “vendilhões do templo“, apontam o dedo aos que participaram da última eleição. O que é evocado é desmascarado ao mesmo tempo em que se adianta que o dia vai chegar. Versão atual do “Amanhã vai ser outro dia” de Buarque.

Vale lembrar que no ano passado, Chico ganhou o Prêmio da Música Brasileira como melhor álbum pop com o disco “Estado de Poesia – Ao Vivo” – um dos meus preferidos de toda a carreira dele. Será que vem prêmio com esse também? Vem cá ouvir e me conta o que você achou!

 

 



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