“escrever é fotografar
o tempo com palavras”
Natalia Sousa
tratando de traer com estas palabras
días que me ponen cara a cara
al lado adentro
del niño que una vez fui
del adolescente rebelde
¿Quién pensó que podía destrozar el mundo con su pecho?
no pares nunca de soñar
suena en la radio
en un universo donde siempre escuché
para creer en lo que quería
que él conspiraría a favor
alguna vez has oído hablar de esto?
nunca he sido tan adulto
como este año
dos mil veintitrés
trabajo familia amigos
los proyectos las cuentas a pagar
vida sucediendo
el amor
toda tu fuerza
todas tus hijas
las notas personales abajo revelan
un poco de lo que pasó
y estas palabras
ni siquiera me gustaron
talvez le gustarian
a la niña que fui
notas personales:
(não foi possível uma ordem pra elas. hoje já são 21 de dezembro, dia do último show da turnê de reencontro deles no méxico. pra quem não sabe, a banda acabou em 2008 e há 15 anos não vinham pro Brasil)
- demorei um mês pra conseguir começar a escrever sobre os shows da banda mexicana RBD no Brasil. fui muito fã na minha infância e adolescência e posso dizer, sem exageros, que isso mudou a minha vida
- grande parte dos meus amigos, das pessoas que caminho ao lado há um bom tempo, meus velhos amigos, conheci por causa dessa banda
- minha favorita é a Anahi
- Anahí Giovanna Puente Portilla é uma cantora, atriz, compositora, escritora e empresária mexicana. Foi a primeira-dama do estado mexicano de Chiapas entre 2015 e 2018 (dizem as primeiras linhas do Wikipédia, eu diria muitas outras coisas)
- faço parte de um fã clube dedicado a ela, criado em 2010, que me levou ao curso de publicidade e propaganda e contribuiu para que eu achasse gosto em algum caminho profissional. passava horas editando vídeos, fazendo campanhas, criando artes, redigindo textos, um pouco do que, até hoje, continuo fazendo nos meus trabalhos. foi nessa experiência que entendi também que queria ser artista, queria ser como eles
- fui em 4 shows do RBD, os dois primeiros no Rio de Janeiro (9 e 10/11) e dois em São Paulo (17 e 19/11), sendo o segundo, o último do Brasil
- em dois desses shows, eu não teria entrado se não tivesse sido extremamente insistente com a vida. parece mentira. nessas tentativas, recebi ajuda de muita gente e, só por isso, consegui
- num desses shows, a Anahi leu o meu cartaz que dizia “Anahi, hoy trabajo com arte gracias a lo que hicimos”, assinando como @unitedforanahi_ (o fã clube mencionado no tópico 5). a reação dela está aqui neste post no meu instagram. a minha eu conto brevemente: chorei de perna bamba
- saí de Belo Horizonte com muito desejo e uma ponta de esperança desse cartaz ser visto. levei na mala um sonho de menina. fiz achando bobo, sabendo o quanto era difícil isso, sendo que estaria no meio de umas 60 mil pessoas. fiz, mesmo achando bobo. eu precisava tentar dizer o que queria
- eu disse. ela leu. e isso só foi possível porque meus amigos me ajudaram a mostrar o cartaz e dizer também
- meus amigos me emocionam
- toda essa aventura envolveu: conseguir os ingressos, que não foi tarefa fácil, organizar uma viagem, encontrar uma logística possível pra organizar essa pausa-no-tempo-no-trabalho, saúde, dinheiro, uma disposição que eu não sabia se tinha
- fiz coisas como: ficar numa fila por horas, esperar por mais outras muitas horas na grade, passar algumas insalubridades. eu queria insistir em tentar fazer isso e que bom que insisti
- a banda atualmente é composta por três mulheres, que agora são mães, um homem hetero e um homem gay. nos discursos dos shows, falaram muito sobre respeito, esperança, sobre a criança que nós fomos, sobre insistir nos sonhos e todo esse blablabla que se escutar bem a gente chora
- aos produtores de Belo Horizonte, fica meu pedido encarecido: se eles produzirem mais uma turnê no ano que vem, tragam esse show pra cá, pelo amor dos Sonhos.
ps.: a letra R do meu teclado está saindo. escrever esse texto foi muito difícil.