Foto: Alexandre Moreira/Divulgação
Olar.
Mi nombre es Rafa Braga y estoy de vuelta! Hoje, o #ouvecomigo é diferente. O que vocês estão prestes a ler (espero) é uma espécie de crônica, inspirada no dia em que eu conheci Vander Lee. Hora de te mostrar como essa cidade é INCRÍVEL, VERSÁTIL & ROMÂNTICA. Love time.
O som de hoje se chama “Românticos” e faz parte do segundo disco do cantor, compositor e romântico, Vander Lee, que infelizmente nos deixou há pouco menos de um mês. SEM BAD VIBES. A música tem a energia dele, que era das melhores. Ainda é. É hora do show.
Ouve comigo!
Doce. O gosto do pescoço de Bia perambulava sem parar pela cabeça inquieta de Marina. Não via nada. Enquanto o carro corria solto pela Nossa sra. Do Carmo, um espectro castanho e uma bola preta mandavam 43 ou mais olhares. Pareciam mais reais que o trânsito. Mesmo com um sorriso fixado na cara e as pernas bambas, nada disso importava. Sua jornada era em direção à antiga Ocupação Tina Martins, agora “Casa de Referência da Mulher Tina Martins”.
Queria ela estar acompanhada. Vozes suspiram dizendo que “você é louca, mas linda, menina”. O nevoeiro de café pelando e “fumaça mística” subiu como esperado, aquietando o carro com a saída de Marina. O violão se tirou do banco de trás e, quando se tocou, já agradecia o público. Atirou-se sem lembrar se tinha trancado o carro.
“Romântico” poderia ser sinônimo de piegas para muita gente. Sabe aquela parte da família, dos filmes, das músicas, das peças, dos quadros etc.; que te ensinou que romantismo é estar por perto sempre? Ou que chocolate é apaziguador de conflitos e “tá bom” é falsa carta de anistia. Esquece, isso aqui não é um upgrade de batalha.
Pronto! Chegou alguém para abrir o portão com um sorriso parecido, sorriso de quem quis dizer o que disse ou algo do tipo. Os passos dela eram lentos, de museu. Fotos, pessoas, músicas e força, muita força. Até aí correu tudo bem. Difícil foi quando ela esbarrou sem querer em um moço careca, singelo, sorridente, que estava de costas e se virou, Vander Lee.
Algum dos famigerados deuses deu a ela a habilidade de ver além da carne. Os olhos dele, loucos como os dela, passeavam por olhares da plateia. O vermelho nos olhos dela mudara de tom, gotas de emoção. Talvez o ponto seja a sensibilidade nos atos, o cuidado, a intenção, ver o que está do lado, dizer com a expressão merecida ou até mesmo a procura de sentido.
Marina não foi amiga dele, não deu tempo, mas as vezes não precisamos de palavras. Poetizam-se palavras que não foram ditas. O tempo foi amigo e trouxe outro vindo do palco. Sou grato. Será que você sabe a força de uma relação de palco?
Talvez sejamos uma espécie em extinção – eterna – fadada ao próprio drama, mas à própria paixão pela vida.
Quer mais? Ouve de luz apagada, quem sabe não rola um papo transcendental…
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Essa coluna não tem e não deve ter restrição de gênero!
Por que teria? A beleza de Belô tá na diversidade.
Tem um projeto ou uma música legitimamente belzontina? Manda pra cá! Será ouvidx com o maior prazer!
rafabraga@pulabh.com.br
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