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Djonga – A importância da representatividade

by Philipp Augusto

Gustavin, Gustavo, Dj Onga, Djonga. Independentemente da forma que você conhece o menino que queria ser Deus, ele é uma das pessoas mais importantes do cenário brasileiro hoje. E eu não tô falando “só” do Rap, não.

Poderia falar da caminhada desse mano, mas hoje o foco é “A Música da Mãe”, trampo lançado hoje (20 de agosto de 2018).

O beat é do Coyote, uma das melhores duplas que vi nos últimos tempos, parece que os caras nasceram pra trampar juntos, o clipe ficou por conta da Red Room, e o roteiro? Esse ficou por conta do Naio e do Djonga – e é o que faz esse clipe ser tão especial.

Muito se falou recentemente do This Is America, do Childish Gambino, e pra mim, esse clipe do Djonga é tão foda quanto.

A ideia é basicamente a mesma, O Djonga como elemento central do clipe enquanto o pau quebra no fundo.

De cara já temos o Djonga dando uma voadora em outro mano. O Enrico, do Quanto Custa o Outfit, lembra? Não é o gordinho! (Risos) E aí, pegou a referência dessa voadora? Não?
Moscou! Não vou explicar.

Em outra cena, na sorveteria, o Djonga e o Paulão, seu produtor, estão ali de boas, curtindo um lazer – merecido, depois de tanto trampo e luta nessa vida -, no fundo, um molequinho pega seu sorvete no balcão e vai pra mesa. Na sequência chegam vários fãs querendo foto, e ao fundo, um homem alicia aquele molequinho com o sorvete. Mas foda-se, a gente só precisa da foto pra subir no Stories ?

Já na cena do bar, enquanto dois manos agridem o outro – nem tô falando de cor da pele -, geral tá correndo pra tirar uma foto com o Gustavin e, outra vez, ninguém liga pro que tá pegando de verdade. Neste mesmo plano sequência, o Djonga escapa e quando vai sair de cena, aparecem dois caras, o estereótipo do “Homem de bem”, saindo do banheiro depois de dar uns ‘tirin’.

Quando ele está saindo de casa, colocando o lixo pra fora, uma cena típica: Um cara agredindo uma mina na rua!

Mas é claro que a gente não liga, precisamos mesmo é atualizar o Insta, né não?

Já na cena que foi gravada na Pompéia, em Sampa e que rolou um convite aberto pra galera colar, o Djonga mostra que, não importa o que você fez para a sociedade, quem você é, sua relevância ou qualquer coisa do tipo. Importa que você é “negro que nem eu, pretin, oh” e os cops vão te buscar.

O conteúdo é bem extenso e cheio de punchline’s. Essas foram as primeiras observações que percebi e senti um desejo enorme de compartilha-las.

Fico muito feliz em vivenciar isso. Um marco na história acontecendo aqui e agora, saca?
Protagonizado por um mano que mora aqui perto de casa, preto, desacreditado.

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