O festival tem shows do Pequeno Céu (BH), Constantina (MG), Boogarins (GO) e Deerhoof (EUA) e muito mais.
O Festival que é referência em música independente no Brasil terá sua primeira edição em Belo Horizonte no mês de Outubro e eu bati um papo com o Marcelo Santiago produtor do Fest, confira:
O Festival No Ar Coquetel Molotov é referência no cenário independente nacional. Como surgiu essa ideia?
O festival começou no Recife em 2004, a mesma galera que o criou também fazia um programa de rádio de mesmo nome e depois o Coquetel Molotov se desdobrou em uma revista impressa, site e selo musical. Fui a algumas edições do festival e depois que criei a Quente sugeri à Ana Garcia (idealizadora do festival) trazermos o Coquetel Molotov pra BH, o que se concretiza agora no dia 15 de outubro.
O Festival já passou por várias cidades brasileiras e agora é a vez de Belo Horizonte receber o evento. A capital mineira entrou de vez para a rota cultural do Brasil?
Na verdade, fora de Pernambuco o festival só teve ações em São Paulo e uma vez na Bahia, em Salvador, pra onde retorna este ano. Minas tem uma diversidade cultural importante e BH sintetiza isso. Acho que a cidade sempre teve uma vida cultural bastante ativa e ficou no radar tanto dos grandes artistas como dos independentes. O que ainda falta é investimento no cenário independente, tanto de empresas e governos como por parte do público, mas sou otimista, acho que tem melhorado.
O Coquetel Molotov tem por essência enaltecer o cenário independente, qual a leitura do cenário independente mineiro?
Essa cena vive um bom momento, é só pegar a programação do recente Festival Transborda e ver a qualidade das bandas locais que tocaram, por exemplo. São artistas de estilos bem variados que vão muito além daquela MPB com regionalismos que se acostumou a chamar de forma muito reducionista como tilelê. No Coquetel Molotov demos destaque pros artistas instrumentais mineiros: o Constantina é referência dentro do seu gênero no Brasil; o Pequeno Céu é meio que um herdeiro do que o Hurtmold faz desde a década passada mas traz uma abordagem que dialoga com a tradição melódica mineira ao mesmo tempo em que compõe novas músicas mais próximas do math-rock; e o Barulhista é um artista sensacional e subestimado, devia rodar o país em festivais de música alternativa.
Quais as principais recomendações da produção para que o público aproveite ao máximo essa experiência?
Acho que a principal sugestão é estar aberto ao novo. Nossa ideia foi apresentar novos artistas pro público da cidade, muita gente que nunca tocou em BH e que tem shows incríveis, como a Ava Rocha e a banda norte-americana Deerhoof, mas também novidades do underground nacional, como o Mahmed, de Natal, o Serge Erege, do Piauí, e a belorizontina Congo Congo, uma banda super promissora que mistura integrantes de algumas das bandas mais representativas da história recente do rock alternativo mineiro (gente do Transmissor, Iconili e Câmera). E também chegar cedo pra pegar a Feira No Ar que funcionará no café do CentoeQuatro e o desfile da marca pernambucana Acre que rolará às 16h20. A Transa!, uma das festas mais legais da cidade, também vai ter uma mini-edição às 17h e é uma ótima forma de se esquentar pros shows.
Serviço:
No ar Coquetel Molotv
Data: 15 de Outubro
Hora: 16h às 4H
Local: Centoequatro – Praça Ruy Barbosa, 104
Ingressos: Sympla
Programação:
Palco Cine
Pequeno Céu (BH)
Sofia Freire (PE)
Serge Erege (PI)
Mahmed (RN)
Constantina (MG)
Palco Quente
Congo Congo (MG)
Jam da Silva (PE)
Deerhoof (EUA)
Ava Rocha (RJ)
Boogarins (GO) com part. de Vitor Brauer (MG)
Café
Guto Lover (MG)
Catarina Dee Jah (PE)
Barulhista (MG)
Por: Phill Augusto
