Foto: Netun Lima / FLIBH 2015
Com atividades diversas e gratuitas que valorizam a leitura e a literatura na cidade, o festival acontece entre 14 e 17 de setembro, trazendo nomes como Porsha Olayiwola, Felix Kaputu, Conceição Evaristo e Eliane Potiguara
Com o objetivo de valorizar a leitura e a produção literária, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, apresenta a segunda edição do Festival Literário Internacional de Belo Horizonte – FLI-BH, que acontecerá entre os dias 14 e 17 de setembro, no Centro de Referência da Juventude (CRJ). O evento será realizado em parceria com a terceira edição da Primavera Literária, da Liga Brasileira de Editoras Independentes (LIBRE). A programação do festival contará com palestras, rodas de conversa, oficinas, saraus, narrações de histórias, exposições, feira de escritores e editoras independentes, lançamentos de livros, sessões de autógrafos, mostra de cinema e literatura, bibliotecas para bebês e intervenções urbanas. Toda a programação é gratuita.
Para a coordenadora de Bibliotecas e Promoção da Leitura da Fundação Municipal de Cultura, Fabíola Farias “a realização do FLI é uma conquista para a cidade, uma vez que contempla distintos aspectos demandados pelo setor, como a valorização da escrita literária como produção artística e cultural, a promoção dos escritores da cidade, o fortalecimento da economia do livro e, principalmente, a oferta de atividades que contribuem para a formação de leitores. Podemos dizer que o FLI materializa boa parte das diretrizes do Plano Municipal de Leitura, Literatura, Livro e Bibliotecas, construído coletivamente por representantes da sociedade civil e do poder público durante quase três anos de trabalho”.
Tema
Com curadoria de Francisco de Morais Mendes e Adriane Garcia, o tema deste ano será Vozes de todos os cantos, que propõe trazer à cena a diversidade que a literatura expressa reunindo grupos que movimentam a cena literária na cidade e em diferentes partes do mundo. “Às vozes do texto literário somam-se as vozes das ruas, dos saraus, da academia e a voz do público leitor. A ideia é romper com as divisões entre centro e periferia, entre guetos, grupos e classes sociais, entre o tradicional e o novo, e nos apossarmos da força que vem de diferentes territórios, com a variedade de culturas, de gêneros, de opções de expressão” afirma o curador Francisco de Morais Mendes.
Vozes de todos os cantos tematiza o empenho de fazer falar o que está nos recantos da nossa cidade, do país e de outros lugares. Vozes que, pela escrita e pelo canto, imprimem seu timbre nos mais diversos materiais, dos livros aos muros, e anunciam, ao mesmo tempo, formas de transformação e de resistência cultural. Para isso, a programação contará com a presença de nomes e grupos que movimentam a literatura na Região Metropolitana de Belo Horizonte, como a poeta e educadora social Nívea Sabino, que usa a poesia como modo de resistência ao racismo, lesbofobia e sexismo; o escritor Rogério Coelho, que desenvolve há mais de oito anos o projeto Coletivoz, propondo encontros literários por meio de oficinas, saraus, batalhas de rima e poesia; Camila Félix e Vito Julião, integrantes do Circuito Metropolitano de Saraus, coletivo composto pelos saraus de BH e região que pretende promover os encontros de poesia e a circulação de pessoas por esses espaços na cidade.
Homenageada
Neste ano, a homenageada será a escritora e jornalista Laís Corrêa de Araújo,personalidade influente no meio literário mineiro, como poeta, ensaísta, editora do Suplemento Literário de Minas Gerais e titular da coluna Roda gigante, publicada regularmente durante muitos anos no jornal Estado de Minas. “Laís Corrêa de Araújo, disse em seus versos que ‘se houver vida antes da morte/ será preciso semear e irrigar corações’. Buscamos nos vários significados da palavra ‘canto’ o tema deste festival. Um dia feliz é o dia em que deixamos nosso canto para ir a um encontro, motivados a cantar”,destaca a curadora Adriane Garcia.
Convidados
O FLI-BH trará grandes nomes da literatura nacional e internacional para a capital mineira. Entre eles, a atual Campeã do Mundial de Slam, a americana Porsha Olayiwola, que também atua como poeta feminista, performer e arte educadora. Representando Portugal estarão a escritora e professora da Universidade de Coimbra Teolinda Gersão e o contador de histórias Rodolfo Castro,com mais de 20 anos de atuação na área. O convidado do continente africano é o escritor e pesquisador congolês Felix Kaputu, refugiado por meio do programa oferecido pelo InternationalCitiesofRefuge Network (Icorn), que reside temporariamente no Brasil.
Entre as autoras nacionais confirmadas estão a professora de Literatura Brasileira da Universidade de Brasília (UnB) Regina Dalcastagnè, autora do livro Literatura Brasileira Contemporânea: Um Território Contestado; a escritora e ilustradora pernambucana Rosinha, que também é fundadora da escola Usina de Imagens; a autora premiada Maria Valéria Rezende, que além de escritora de romances, contos e crônicas, se destaca também como educadora popular; e a professora, escritora e ativista indígena Eliane Potiguara, fundadora da Rede Grumin de Mulheres Indígenas que foi uma das 52 brasileiras indicadas para o projeto internacional “Mil Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz”.
Já o estado de Minas Gerais será representado por importantes autores como a escritora, poeta e romancista Conceição Evaristo, que atua nas áreas de Literatura e Educação, com ênfase em temas de gênero e etnia; e o jornalista e escritor Luiz Vilela, autor de contos, romances e novelas que circulam em mais de 14 países, um deles o livro de contos O Fim de Tudo, vencedor do Prêmio Jabuti.
Primavera Literária
Em 2017, a Primavera Literária retoma a parceria com o festival, consolidando o encontro que deu certo. A estreia da Primavera Literária na capital mineira ocorreu em 2015, durante a primeira edição do FLI-BH. O projeto é uma das maiores e mais bem-sucedidas iniciativas em favor do livro e da leitura do país. Apostando na bibliodiversidade, a Primavera Literária reúne 39 editoras independentes em sua terceira edição em Belo Horizonte. Entre os objetivos da feira estão o acesso do leitor a publicações diversificadas e o fortalecimento das empresas editoriais de pequeno e médio portes. O evento é uma ação de fomento à diversidade e parte do princípio de que o livro, como bem cultural, faz parte de uma economia específica e não deve ser submetido exclusivamente às leis do mercado.
Com descontos de até 50% sobre o preço de capa e títulos menos presentes nas grandes livrarias, os leitores terão acesso a publicações de editoras com abordagens múltiplas, muitas delas com títulos que são referência, em todo o país, em áreas como educação, cultura popular, cultura afro-brasileira, história do Brasil, sociologia, livros para crianças e jovens, crítica literária, dentre outros temas.O projeto é realizado anualmente, desde 2000, pela LIBRE – Liga Brasileira de Editoras, maior associação de editores independentes do mundo, com 132 afiliados, e acontece em formato de circuito, contemplando Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.
A programação do evento ainda não foi divulgada.
SERVIÇO:
2ª Festival Literário Internacional – FLIBH e 3ª Primavera Literária
De 14 e 17 de setembro
Centro de Referência da Juventude – CRJ (Praça da Estação, s/n, Centro, BH)
Toda programação é gratuita