Olar.
Meu nome é Rafa Braga e estou de volta, meu povo! Quase Todos jogamos bastante Pokémon nesses quinze dias, mas deixa no battery saver aí que chegou aquela quarta-feira. Hora de te mostrar como essa cidade é INCRÍVEL & VERSÁTIL. Hora do love.
Sinestesia: relação que se verifica espontaneamente (e que varia de acordo com os indivíduos) entre sensações de caráter diverso mas intimamente ligadas na aparência (p.ex., determinado ruído ou som pode evocar uma imagem particular, um cheiro pode evocar uma certa cor etc.).
O som de hoje se chama “Ticket to Ride” e faz parte do décimo primeiro disco (sim, é disco pra c*#$&) do grupo de botadores de cara, Aji Panca. No site tem tudo para bailar, digo, baixar.
Ouve comigo! (é agora que você clica no “play”, viu o que dá ser ansiosx? Vocês de Gêmeos…)
Tudo escuro. Vejo um feixe de luz se abrindo enquanto minha pupila dilata o suficiente. Entra em foco a imagem de uma arena, lotada, esperando a minha presença. Parte da ida nesse beat* é sem volta, me encontro lá no meio, lutando contra as reviravoltas no meu estômago. Borboletas e socos entram em acordo, respondem ao bumbo e à caixa, cada um no seu tempo.
Aquelas vozes do início ainda passeiam pelo corpo, similares ao toque de um abraço amigo nas costas. Ou a uma viagem para Marte, quem sabe? Outros níveis de entendimento.
É tão forte que não aguento, as mãos entregam, não consigo ficar parado. Castilho(Zimun) me leva para uma viagem como se estivesse do meu lado. Flutuando, eu pego o microfone e canto junto: “transmito sensação, entendimento. Liberdade é transição de pensamentos”.
A bateria faz uma pausa para que as vozes possam anunciar o próximo lutador, ou melhor dizendo, colaborador. Velvo me suspende ao infinito e, então, me surpreende. A base mudou e veio com um flow** diferente, ousado. “Sombra”, “Chance, the Rapper” e “Earl Sweatshirt” passam pela minha cabeça, talvez pela ousadia em comum. Só mesmo a ousadia, não tem comparação. O flow é único, é dele e ele te mostra isso ao longo de uma viagem de carro.
As rimas, firmes como a bateria, vão criando a imagem perfeita dos amigos no banco de trás, é como se eu estivesse lá. GNZ acorda depois de tirarem uma foto dele dormindo, todos sorrindo enquanto ele pede para abrir os vidros. Todos riem mais ainda, acabou a sauna.
De repente, tem cerveja no isopor e referência ao Drink Sonoro, liderado pelo talentosíssimo Casperoots. “Cada quilômetro remete a liberdade”, em cada verso são vários quilômetros e o último é como um guia espiritual momentâneo, uma trilha envolvente de Pro, que vai caminhando para o repouso do fim. As vozes me tiram do carro e a cena final é do pôr do sol na estrada, enquanto o carro em vista fica cada vez mais distante. Agora sim, estou “pronto pra viagem!”
Aji Panca, agora você pode dizer muito mais que “já ouvi falar”.
O disco Panca(da) que tem “Ticket to Ride” é o Dicongo, da capa mucho loca no topo do post.
Quer saber melhor o que é o Aji Panca? Curte lá e conta pra todo mundo!
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Essa coluna não tem e não deve ter restrição de gênero!
Por que teria? A beleza de Belô tá na diversidade.
Tem um projeto ou uma música legitimamente belzontina? Manda pra cá! Será ouvidx com o maior prazer!
rafabraga@pulabh.com.br
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Mortais na grama e beijos nos cuores!
*beat = base por trás dos versos
**flow = levada da voz no rap