Foto: Luisa Borges
A partir de 11 de julho, a Galeria do SESI Minas, em Belo Horizonte, recebe a exposição “Ocupação”, do artista visual Petchó Silveira, natural de Belém do Pará. A mostra, com entrada gratuita, fica em cartaz até 31 de agosto de 2025, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h (exceto feriados). A abertura oficial acontece no dia 11, às 19h, com presença do artista e uma pintura ao vivo.
Com curadoria de Luisa Borges, a exposição apresenta 30 obras em papelão e materiais que integram o processo criativo do artista. A produção aborda temas como racismo estrutural, desigualdade social, violência urbana e falta de representatividade negra no circuito das artes visuais. O uso do papelão como suporte artístico estabelece um diálogo com a realidade de pessoas em situação de rua no Brasil, especialmente da região Norte.
As pinturas contemporâneas de Petchó trazem elementos da cultura popular amazônica, traços urbanos e referências visuais ligadas às periferias brasileiras. A mostra também oferece um espaço interativo com QR Codes, acesso a um catálogo digital, textos explicativos e informações sobre a venda das obras de arte.
Nascido e criado na periferia de Belém, Petchó Silveira começou sua trajetória artística na Fundação Curro Velho, espaço cultural do estado do Pará. Sua produção tem como foco a representação da experiência de pessoas negras e periféricas, com destaque para o cotidiano urbano e suas marcas visuais. O artista já participou de exposições coletivas e mostras independentes na região Norte e ilustrou publicações acadêmicas. A exposição no SESI Minas representa sua primeira exibição individual na região Sudeste.
A exposição “Ocupação” propõe uma reflexão sobre o papel das instituições culturais na visibilidade de artistas negros e das periferias urbanas. O trabalho de Petchó aponta para a urgência da diversidade nos espaços expositivos e da educação como ferramenta de mobilidade social. Em uma das obras, uma mulher preta sentada com um livro representa esse caminho possível.
O título da mostra — “Ocupação” — remete ao desejo de presença ativa em lugares que historicamente excluíram produções artísticas de pessoas negras e de territórios marginalizados. O papelão, ressignificado como suporte artístico, simboliza a transformação de materiais descartáveis em elementos de memória e resistência.